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Olho

  • Foto do escritor: Estive Galhardi
    Estive Galhardi
  • 15 de set. de 2024
  • 1 min de leitura

Afoito e eufórico, entra alegre e sorridente no banheiro, dando uma pausa na loucura da festa que havia.

Apoiando se na pia, desprevenido se vê. Ao olhar o olho que não o via, em brando ébrio, o reconheceu.

Mesmo sabendo que aquele órgão lhe pertencia, de alguma forma, o olhava como se não fosse seu. Mas de fato, ele o era.

Um olho via, o outro não.

O que o via se portava, de certa forma, com arrogância. Afinal, era ele o responsável pela visão. O outro, estava ali fazendo papel de tolo, apenas existindo, apenas ocupando espaço no rosto.

Quem não se enxerga, faz papel de tolo. Acho que vem daí, uma famosa expressão…

Pode parecer rude.

Não é.

É sobre mim.

Como me vejo.

Melhor, como me enxergo.

Pela metade.

Observando ao longo dos anos, percebo que tolice maior não é a do olho que não se vê, mas sim, a do olho que não se enxerga.

Bem, e isso posso falar com conhecimento de causa. Enxergo melhor do que vejo.

Inclusive você.

O olho que não vê enxerga melhor, até aquilo que, conscientemente, incapazes, todos tentam esconder.

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